Marcelo Träsel, novembro de 2005
Porcarias favoritas
Dando certo prosseguimento à coluna anterior, aproveito o espaço deste mês para falar de minhas “junk foods” favoritas. Em primeiro lugar nas paradas, ao menos em termos de freqüência, está — tirem as crianças da sala! — o tão amado quanto odiado miojo.
Sim, senhores: eu gosto de miojo. Sim, senhoras: eu como miojo mais de uma vez por semana. A grande vantagem é a comodidade. Nem sempre se está disposto a gastar uma hora no fogão, sem falar em mais ou menos 20 minutos lavando a louça depois. O “rámen” necessita apenas uma tigela, água da torneira e cinco minutos no forno de micro-ondas para ficar pronto. Sem falar que pode ser comprado por menos de R$ 0,70 o pacote. O sabor é... Adequado.
Como acontece com todo produto massificado — sem trocadilho —, é quase impossível não gostar de Nissin Lámen. As corporações fazem testes e mais testes até chegar a algo que agrade à maioria dos paladares. Como as novelas da televisão. Se você assiste a uma novelinha de vez em quando, por que não comer Miojo, ou, aliás, qualquer outro tipo de “junk-food”?
O produto da Nissin nem fica tão molenga se você respeitar o tempo de cozimento; as outras marcas são todas uma droga. Adicionando-se um pouco de salsinha picada ou cenoura em rodelas o sabor ganha outra dimensão. Os melhores são os mais simples: “carne” e “galinha”. A versão “churrasco” é muito boa, não deixa aquele retrogosto de molho “barbecue” por semanas, efeito aliás típico da batata frita Ruffles de mesmo sabor. Estranhamente, o sabor “picanha grelhada”, que prometia ser melhor ainda, é só razoável. “Calabresa” e “bacon” convencem bastante. Por outro lado, o miojo “camarão” deveria ser banido pela Convenção de Genebra. Provavelmente atinge a quota de sal indicada para um ser humano durante uma semana inteira.
Já que tocamos no assunto, passemos às batatinhas. A Ruffles “cebola e salsa” é muito boa. Recentemente lançaram a versão “salame”, um tanto decepcionante, mas que ainda assim vale uma provinha. A Elma Chips se superou, entretanto, com a linha Sensações. As batatinhas sabor “peito de peru” têm mesmo gosto de peito de peru! Sério, é inacreditável. As de “queijo” são bem suaves, coisa rara quando se lida com esse tipo de ingrediente, e a versão “tomates secos” é bastante razoável. Excelente mesmo é o sabor “frango à passarinho”, bem apimentado e, incrivelmente, com gosto igual ao do petisco de botecos. No entanto, o camarão parece mesmo ser o nêmesis da indústria: sente-se apenas o gosto de limão e sal na Sensações “espetinho de camarão”.
A rainha de todas as batatinhas, porém, é a Pringles. Dizem até que há ingredientes transgênicos dentro. Dane-se. São muito boas. Muito sequinhas e crocantes. “Sour cream and onion” [coalhada com cebola] e “hot” [apimentada] quase justificam os horrores perpetrados pela massificação ao redor do mundo. Infelizmente aqui não se vendem as versões “curry” e “salt and vinegar” [sal e vinagre], ainda melhores. A versão “Texas barbecue sauce” [molho de churrasco texano], ao contrário da Ruffles, não deixa um sabor nauseabundo a semana inteira em sua boca. É meio doce demais, mas até aí respeita o ingrediente inspirador.
O Cheeto’s, que agora é assado, acertou em cheio com o sabor “batata frita com ketchup”. Já o sabor “cheeseburguer” é muito salgado nas rodelinhas que imitam hambúrgueres — sem falar que não há número suficiente de pães para embrulhar os hambúrgueres, como proposto na embalagem. Um salgadinho um tanto subestimado é o Doritos: a versão “original” e a versão “queijo nachos” são excelentes. Ainda mais com um molho de guacamole feito em casa. Recentemente tive contato com chips de mandioca. São caros e ainda difíceis de achar, mas têm futuro promissor, se houver investimento em publicidade.
Vocês, paulistas, ainda têm a sorte do acesso fácil aos deliciosos Okaki: salgadinhos de arroz nos sabores “apimentado”, “alga marinha” e “gergelim”. O primeiro é, de longe, o melhor. Chega a queimar as vias digestivas, se você ingeri-lo com o estômago vazio. Ainda graças aos imigrantes japoneses, podem contar com as ervilhas com wasabi. Estas são, definitivamente, o ápice, o supra-sumo, a quintessência da junk-food. Há ainda o sanduíche de pernil, lanche saudável e gostoso, inexistente no Rio Grande do Sul.
Por outro lado, não podem comer um autêntico “xis” gaúcho em qualquer esquina. Estrangeiros costumam ficar apavorados com o tamanho de nossos lanches. Em geral, têm diâmetro de cerca de 20 centímetros. Meu favorito é o “xis-bacon acebolado” em uma certa birosca de Porto Alegre. Quando em viagem ao sul, no entanto, sugiro que provem o “xis-coração de galinha”, típico dos pampas.
(Publicado originalmente na edição 35, de novembro de 2005, da revista Semana 3)
Dando certo prosseguimento à coluna anterior, aproveito o espaço deste mês para falar de minhas “junk foods” favoritas. Em primeiro lugar nas paradas, ao menos em termos de freqüência, está — tirem as crianças da sala! — o tão amado quanto odiado miojo.
Sim, senhores: eu gosto de miojo. Sim, senhoras: eu como miojo mais de uma vez por semana. A grande vantagem é a comodidade. Nem sempre se está disposto a gastar uma hora no fogão, sem falar em mais ou menos 20 minutos lavando a louça depois. O “rámen” necessita apenas uma tigela, água da torneira e cinco minutos no forno de micro-ondas para ficar pronto. Sem falar que pode ser comprado por menos de R$ 0,70 o pacote. O sabor é... Adequado.
Como acontece com todo produto massificado — sem trocadilho —, é quase impossível não gostar de Nissin Lámen. As corporações fazem testes e mais testes até chegar a algo que agrade à maioria dos paladares. Como as novelas da televisão. Se você assiste a uma novelinha de vez em quando, por que não comer Miojo, ou, aliás, qualquer outro tipo de “junk-food”?
O produto da Nissin nem fica tão molenga se você respeitar o tempo de cozimento; as outras marcas são todas uma droga. Adicionando-se um pouco de salsinha picada ou cenoura em rodelas o sabor ganha outra dimensão. Os melhores são os mais simples: “carne” e “galinha”. A versão “churrasco” é muito boa, não deixa aquele retrogosto de molho “barbecue” por semanas, efeito aliás típico da batata frita Ruffles de mesmo sabor. Estranhamente, o sabor “picanha grelhada”, que prometia ser melhor ainda, é só razoável. “Calabresa” e “bacon” convencem bastante. Por outro lado, o miojo “camarão” deveria ser banido pela Convenção de Genebra. Provavelmente atinge a quota de sal indicada para um ser humano durante uma semana inteira.
Já que tocamos no assunto, passemos às batatinhas. A Ruffles “cebola e salsa” é muito boa. Recentemente lançaram a versão “salame”, um tanto decepcionante, mas que ainda assim vale uma provinha. A Elma Chips se superou, entretanto, com a linha Sensações. As batatinhas sabor “peito de peru” têm mesmo gosto de peito de peru! Sério, é inacreditável. As de “queijo” são bem suaves, coisa rara quando se lida com esse tipo de ingrediente, e a versão “tomates secos” é bastante razoável. Excelente mesmo é o sabor “frango à passarinho”, bem apimentado e, incrivelmente, com gosto igual ao do petisco de botecos. No entanto, o camarão parece mesmo ser o nêmesis da indústria: sente-se apenas o gosto de limão e sal na Sensações “espetinho de camarão”.
A rainha de todas as batatinhas, porém, é a Pringles. Dizem até que há ingredientes transgênicos dentro. Dane-se. São muito boas. Muito sequinhas e crocantes. “Sour cream and onion” [coalhada com cebola] e “hot” [apimentada] quase justificam os horrores perpetrados pela massificação ao redor do mundo. Infelizmente aqui não se vendem as versões “curry” e “salt and vinegar” [sal e vinagre], ainda melhores. A versão “Texas barbecue sauce” [molho de churrasco texano], ao contrário da Ruffles, não deixa um sabor nauseabundo a semana inteira em sua boca. É meio doce demais, mas até aí respeita o ingrediente inspirador.
O Cheeto’s, que agora é assado, acertou em cheio com o sabor “batata frita com ketchup”. Já o sabor “cheeseburguer” é muito salgado nas rodelinhas que imitam hambúrgueres — sem falar que não há número suficiente de pães para embrulhar os hambúrgueres, como proposto na embalagem. Um salgadinho um tanto subestimado é o Doritos: a versão “original” e a versão “queijo nachos” são excelentes. Ainda mais com um molho de guacamole feito em casa. Recentemente tive contato com chips de mandioca. São caros e ainda difíceis de achar, mas têm futuro promissor, se houver investimento em publicidade.
Vocês, paulistas, ainda têm a sorte do acesso fácil aos deliciosos Okaki: salgadinhos de arroz nos sabores “apimentado”, “alga marinha” e “gergelim”. O primeiro é, de longe, o melhor. Chega a queimar as vias digestivas, se você ingeri-lo com o estômago vazio. Ainda graças aos imigrantes japoneses, podem contar com as ervilhas com wasabi. Estas são, definitivamente, o ápice, o supra-sumo, a quintessência da junk-food. Há ainda o sanduíche de pernil, lanche saudável e gostoso, inexistente no Rio Grande do Sul.
Por outro lado, não podem comer um autêntico “xis” gaúcho em qualquer esquina. Estrangeiros costumam ficar apavorados com o tamanho de nossos lanches. Em geral, têm diâmetro de cerca de 20 centímetros. Meu favorito é o “xis-bacon acebolado” em uma certa birosca de Porto Alegre. Quando em viagem ao sul, no entanto, sugiro que provem o “xis-coração de galinha”, típico dos pampas.
(Publicado originalmente na edição 35, de novembro de 2005, da revista Semana 3)
3 Comments:
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